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A História do Hip-Hop no Brasil

Tendo chegado ao Brasil após dez anos de sua fundacão nos Estados Unidos, o Hip Hop, adotou São Paulo, capital como sua primeira plataforma de sucesso. se espalhando depois para todo Brasil.

Milhares de jovens da periferia, adotaram este estilo de vida, a manifestação cultural da época. Estes mesmos jovens frequentadores dos Bailes de Black Music, embalados pela música de James Brown, penteado Black Power, várias tendências da época começando a ter contato com Break e o Rap a princípio chamado de (‘tagarela’). Este  conhecimento vinha por meio de Equipes de Baile e revista dos ‘Hip-Hoppers’ brasileiros, e discos vendidos Rua 24 de Maio (em São Paulo). 

Foram pioneiros deste movimento: Nelson Triunfo, depois Thaíde & DJ Hum, MC/DJ Jack, Os Metralhas, Jabaquara Breakers, os Gêmeos, Luizão (hoje Luizão e Banda Kizomba SP), Brack star, em outros. A princípio, dançavam na Rua 24 de Maio, perseguidos por policiais e lojistas, foram para a Estação São Bento do Metrô, criando um polo cultural e aos finais de semana* na Estação São Bento.  Estes jovens pobres vindos das periferias da cidade, bairros distantes, como Grajaú, Zona Sul de São Paulo, por exemplo, encontravam alí, uma forma de manifestação social.

Subempregados, camelôs, office-boys, feirantes, vendedores, ali manifestavam sua arte, seus anseios, frustações, questinando e discutindo suas realidades, suas angustias, seus desejos de mudança. Entre dança de Break, trocavam idéias, ouviando Raps, etc...

Em algum momento o movimento se dividiu entre os locais Largo São Bento e Praça Roosevelt. Ficando, os primeiros no Largo São Bento e Praça Roosevelt.

Nesse período houve uma ascensão do Rap, com um apoio significativo do governo municipal da capital paulista contribuindo para uma  divulgação maciça do Movimento Hip-Hop e organização dois grupos.

Criado em 1989 o MH2O – Movimento Hip-Hop sob organização e iniciativa de Milton Salles, produtor do grupo Racionais MC's até 1995. O MH2O organizou e dividiu o movimento em dois grupos no Brasil: as Gangues de Break e as Posses, nisto divulgando o Hip-Hop e organizando oficinas culturais para profissionalização de novos integrantes.

Citamos aqui, a participação de reggae Toninho Crespo, músico importante no movimento. Este trabalho teve continuidade em Diadema município vizinho de São Paulo.

Com o profissionalismo de Sueli Chan (membro do MNU - Movimento Negro Unificado).

Outra pessoa que foi muito importante na divulgação do Hip-Hop no Brasil foi Armando Martins com o seu Programa Projeto Rap Brasil, muitio contribuiu para este movimento, tendo lançando vários grupos de Rap durante toda sua edição.

Não diferente dos Estados Unidos, o Brasil também marcado por conflitos raciais, não ficaria ausente desta história. A repugnação ao sistema opressor e segregante nas relações raciais, não se distanciando nada da realidade norte-americana, estes jovens se colocavam como relatores de um Brasil desigual, manifestando neste movimento através da dança, do canto.

Destaque  aqui, para Luizão e Banda Kizumba SP, participante, testemunha, deste movimento segue até hoje, sua carreira num estilo próprio e inconfundível.

Em 1988 foi lançado o primeiro registro fonográfico de Rap Nacional, a coletânea “Hip-Hop – Cultura de Rua” pela gravadora Eldorado. Desta coletânea participaram Thaíde & DJ Hum, MC/DJ Jack, Código 13 e outros grupos.